A cidade está desconcertada sob o sol resplendoroso que rareou neste Inverno tão duro. O teu corpo brilha na minha lembrança como se tu existisses desde sempre, como se existisses e te negasses a ser apenas a amarga ilusão de chuva no deserto. Cheira a Primavera esse beijo húmido que percorre a curva dos meus lábios. É a tua boca a desenhar no meu corpo os traços da suave ternura que ilumina a cidade lá fora. O mar imenso dos teus olhos percorre os rios verdes dos meus, e o teu corpo é uma planície de mistérios que ganha terreno à minha selva de silêncios. Sigilosa, avanças à espreita, preenchendo o espaço entre as nossas profundas solidões. Não ofereço resistência à tua boca felina, que penetra imperturbável na armadilha segura e letal da memória.
7 comments:
Demasiado bonito para mais palavras que não "adoro".
lindo!
É bom ler-te. Continuo a
gostar do que(d)escreves.
Terna descrição da afectividade.
Continuas o mesmo.Um beijo, espero que me venhas visitar a Lisboa em breve. Ja te tenho no Facebook.
:)))))
Eu também ando cheia de vontade de ligar para o escritório e dizer que não vou trabalhar, afinal sobra sempre tão pouco...
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