Venham abraçar-me agora, eu nunca parti deste lugar. Nunca vos deixaria sozinhos, com o silêncio do entardecer a cair sobre as tardes quentes e as vossas vozes que ainda ouço na distância. Hoje já não estamos juntos neste lugar, nem as manhãs têm o vosso rosto, nem a brisa sussurra os nossos nomes na maré-baixa. Mas em cada final de dia de Agosto estaremos de novo juntos, e quem quiser poderá encontrar quem fomos na rua da Saudade, na rua dos Naturais ou na rua dos Amigos de S. Pedro de Moel. No aroma dos pinheiros, no perfume do mar salgado ou na suavidade do areal. Outros vivem nos espaços onde passámos, gozam do mar onde nos banhámos, fazem ecoar de novo no espaço os risos. Já não são os nossos. Talvez nunca voltem a ser. Provavelmente não o serão jamais. Mas naquele espaço-tempo ficou uma marca de eternidade, de cumplicidade, de juventude. Uma promessa de regresso mesmo quando o último de nós já não estiver, nem já ninguém contar os dias, nem houver ninguém que caminhe sobre as areias douradas sonhando com os dias de felicidade atlântica. Ainda assim, estaremos sempre lá, meus amigos.
Tuesday, 4 August 2009
Para os que estaremos sempre lá, por muito longe que estejamos
S. Pedro de Moel ao entardecer, Agosto de 2002. Fotografia de K.
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2 comments:
Que maravilha, este texto!
Palavras com sabor a saudade, que tanto espelham as tuas vivências e porque não as minhas também! ...
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